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Monday, November 06, 2006

Já que se fala de aborto…

Já que se fala de aborto…


Primeiro, e deixando claro a minha opinião sou, acima de tudo, contra o referendo sobre o aborto. Não consigo compreender como, sobre um tema que já se referendou há 8 anos (28 de Junho de 1998), se volta à consulta popular. Já na altura achei absurdo o referendo. Não me interpretem mal, respeito imenso a consulta popular. Mas no caso especifico onde:
- Um ano antes legislou-se em assembleia da república a despenalização do aborto até às 10 semanas;
- O “não” ganha com margem mínima de 51% e inviabiliza a lei;
- A consulta popular leva apenas 31% dos portugueses às urnas.


E se acham que mesmo assim esta consulta popular foi justa e útil para exprimir a opinião formada e consensual dos portugueses, fica a distribuição geográfica:



Ou seja, e a titulo de exemplo, em Beja o “sim” ganhou por cerca de 80% enquanto em Viseu o oposto aconteceu, o “não” ganhou por 80%.


Por fim… quanto custou:

Transferência de verbas para as autarquias locais - € 382,254
Outras despesas correntes (tempos de antena e afins) - € 3,727,861
TOTAL = € 4,110,115

Baratuxo não foi...

Wednesday, November 01, 2006

A minha opinião

Mais do que uma crise económica, estamos hoje mergulhados numa crise de valores. Alterações sociais no mundo em que vivemos ditaram que os homens e mulheres de amanhã crescem hoje com a ausência dos pais, formando as suas personalidades pela observação de outros modelos quer na escola quer na televisão. Comportamentos que em nada valorizam a vida humana e o respeito que devemos ter uns pelos outros. E porquê, porque lhes falta atenção e amor. Dois ingredientes fundamentais no crescimento saudável de uma criança. Realmente não sou a favor do aborto, nem de nada que atente contra a vida humana, mas a formação que tenho não me deixa indiferente a este problema que obviamente deve ser encarado de frente e muito provavelmente votaria a favor da despenalização do aborto pois julgo que uma mulher já é demasiadamente penalizada pela hipótese de ter de efectuar um aborto. As marcas que deixam vão muito para além das físicas e seria tremendamente injusto continuar a julgar um acto que é feito como ultimo recurso.
Por outro lado, sou um defensor das mulheres mas tenho de concordar que, se um filho é trazido ao mundo pelo amor de duas pessoas, também a decisão do seu não nascimento deverá ser ponderada a dois. Não julgo nenhuma mulher com discriminação, mas para mim reivindicações como o dia da mulher para mim não fazem sentido. Isso é admitir que a mulher é de alguma forma inferior e isso não consigo entender. Por isso se desejam iguais direitos e "lutam" por vezes sem sentido em causas que julgam justas, então compreendam também a igualdade de direitos sobre o futuro de um filho.
Despenalizar o aborto é aumentar a dignidade da condição feminina. É garantir que cada criança que é trazida ao mundo é trazida com amor. É diminuir a delinquência juvenil e a criminalidade e outros problemas sociais. Mas não nos esqueçamos que é também matar uma vida humana, que podia ser a nossa, com tanto direito como as outras e que não tem culpa de ter nascido na altura errada, pois não foi ela que o escolheu. E então afinal onde começa a vida? No amor entre duas pessoas, nas dez semanas ou no nascimento? Fica pergunta!