Como alguns de vós sabem, trabalho numa agência bancária. Acontece que, para nossa felicidade, a agência é toda envidraçada e por isso luz não falta. Há uma permanente sensação de liberdade pois a toda à volta há total visibilidade para a rua e a luz solar também entra sem pedir licença.
De qualquer forma, toda esta claridade tem um senão. E quem paga é o cliente.
Todas as semanas, pelo menos uma vez um cliente dá uma valente cabeçada num dos vidros. Algo que de resto podem também agradecer à nossa querida Dona Maria, a senhora que trata das limpezas e apesar de ser muito boa pessoa, nem sempre pratica o bem.
Existem muitos que tentam sair pela reentrancia à esquerda da porta de saída, mas o ponto mais negro é a montra onde, num sitio onde existe um sofá e um placard publicitaria com 1,50m de altura eles insistem em embater contra o vidro que nem tordos. Houve ainda um episódio em que uma cliente, após uma reunião comigo no 1ºandar foi em direcção a um vidro que a separava de uma queda de uns 3m de altura. Frequentes vezes temos que fazer aquele "oi, oi, oi... senhor, não é por aí!.. "
Apesar de tudo isto e dos nossos "oi, oi´s.." esta semana houve um episódio hilariante.
Protagonista: senhora de idade avançada com 1,65m de altura, 55kl, óculos e porte médio Vs vidro sólido com 3m de altura, muito lavadinho.
Quando, a senhora se levanta para sair fixa os olhos naquela janela da montra o inevitável aconteceu, para mais um momento de alegre diversão. Todos nos aproximámos para comentar após o grande estrondo. Aquilo que não podiamos imaginar era o objecto que iriamos encontrar colado no vidro. Isto porque a senhora com o calção vermelho no canto esquerdo do ringue se esqueçeu da boqueira, a última protecção dos dentes. Na falta, foi o insisivo que pagou. Sim, a senhora deixou um dos seus poucos dentes colados no vidro, isto para um resto de tarde completamento hilariante e longos conversas sobre o destino a dar ao solitário dente.
Quando pensava já ter visto tudo, não sei o que se segue, mas depois disto, se alguém quiser puxar pela imaginação, força!
