Bonança

Enquanto entrava pela porta dos fundos de acesso ao banco, como sempre faço de manhã ao entrar para trabalhar, algo estava diferente. Tudo o resto, as pessoas, secretárias, o ritmo frenético e nervoso de alguma conversas, tudo isso estático no tempo, só eu havia mudado. 3Semanas de férias foram demais, pensei eu de forma secreta. As antigas rotinas custaram a voltar a funcionar e passei uma semana complicada. Já tinha ouvido falar da depressão pós-férias mas fui pla primeira vez afectado por ela, qual estreia de uma grande cidade a um fenómeno de tempestade tropical. Agora que passou sinto-me feliz, mas alguma maturidade suplementar de quem não quer crescer foi o custo desta passagem ciclonica para mim.
E isto leva-me a pensar que realmente a nossa vida por vezes, pode ser encarada como uma série de desilusões. Tudo começa na descoberta de que o Pai Natal poderá até mesmo ser um Tio Natal e mais tarde, desfeito o mistério da identidade se percebe que é apenas Tio e de Natal só os presentes. Mas no trabalho, existem muitas coisas que nos fazem crescer. Principalmente as pessoas màs. Aquelas que nos magoam num local de onde não podemos fugir. Onde apreendemos a tornarnos fortes, a desenvencilhar por nós próprios. Apesar de muito mais forte hoje, sempre tive uma visão muito romântica da vida, até mesmo expressa na escrita. Sempre quis conservar aquela criança que todos temos dentro de nós. Adoro reparar nos pormenores e rir com isso. Com as coisas simples. Pode ser muito bom mas no trabalho pode ser injusto.
Dos valores que defendo na minha vida, em todas as àreas, o que mais respeito e tento praticar é o culto da Verdade. A capacidade de olhar olhos-nos-olhos, falar a verdade, ser recto, ser humano e conseguir-se ser franco com os outros mas primeiro que tudo, conosco próprios. Quem caminha pela verdade nada teme, mas por vezes existe muitos sentimentos maus no trabalho. É preciso estar alerta, ser fiel aos seus principios e falar a verdade. Esta é a receita para a Dignidade.